terça-feira, 20 de março de 2012

Encarregar e Incumbir Para Não Desistir
Recentemente, encontrei uma pesquisa que apontava as principais causas do estresse na vida de um líder cristão. Os problemas de relacionamento com membros da igreja local encabeçavam a lista para 91% dos líderes. A sobrecarga de trabalho e os conflitos da igreja local apareceram em segundo lugar para 85% deles. Um sentimento de futilidade estava presente em mais de 80% dos casos. Solidão e isolamento (67%), problemas financeiros (54%), dúvidas sobre o chamado (28%), problemas conjugais (26%) e descrença pessoal (24%).
O líder cristão está cercado de situações, pressões, eventos, crises, pressões e embates; nas palavras de Paulo em 2º Co 7:5: “antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro.” Não queremos desistir! Não podemos desistir! Por outro lado, carregamos um fardo que não estamos aguentando. Uma das grandes necessidades será sempre aprender a treinar novos líderes e formar discípulos. Para isso, precisamos melhorar nossa capacidade de delegar tarefas.
A Bíblia ensina a delegação de tarefas como uma das maneiras para lidar com a sobrecarga de trabalho na igreja. O exemplo clássico continua sendo o de Êxodo 18, no momento em que Jetro ensina a Moisés os princípios básicos: “seja você o representante do povo diante de Deus” (responsabilidade exclusiva) e “escolha dentre todo o povo, homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. Estabeleça-os como líderes de mil, de cem, de cinquenta e de dez”.
Contudo, antes que isso pudesse acontecer, Moisés precisava treinar e confiar nessas pessoas. Ele foi instruído assim: “oriente-os quanto aos decretos e leis (princípios), mostrando-lhes como devem viver e o que devem fazer (prática)” (Ex 18:20).
A delegação, em certo sentido, é a própria alma da gestão ministerial. Afinal de contas, gerenciar é conseguir que as coisas sejam feitas através das pessoas. No entanto, ela não é fácil e nem simples. Uma delegação inadequada pode resultar numa delegação para cima, ou seja, o líder acaba fazendo o trabalho que havia determinado para o seu subordinado. Ou a delegação pode se tornar apenas uma prática de soterrar o empregado. Quando tais práticas acontecem, a organização sacrifica a sua produtividade.
Em muitos cursos que ministro, faço duas perguntas aos participantes:
1º) Por que as pessoas não gostam de delegar tarefas?
- O líder não sabe como delegar;
- O líder não sabe o quê delegar;
- O subordinado é incompetente;
- O líder está preocupado com a possibilidade de o seu subordinado o obscurecer;
- O líder pode fazer melhor;
- O líder pode fazer mais rápido;
- O líder está inseguro quanto às suas responsabilidades;
- O líder não pode assumir o risco de que o seu auxiliar fracasse na tarefa;
- O líder não tem mais nada a fazer;
- O líder tem um complexo de “super-homem”, é umworkaholic, trabalhando compulsivamente;
- O líder não tem clareza quanto aos seus objetivos;
- O líder não consegue olhar para o quadro geral.
2º) Por que as pessoas não gostam de aceitar as tarefas delegadas?
- O líder vai acabar ficando com o crédito;
- O auxiliar não é recompensado por uma tarefa bem realizada;
- O auxiliar tem medo de errar e medo de que isso cause a perda do seu emprego;
- A tarefa delegada é insignificante e não traz desafios;
- Nada vai acontecer se o subordinado não realizar a tarefa;
- O líder não sabe como delegar;
- O auxiliar não recebe a autoridade necessária para completar a tarefa;
- A delegação só faz aumentar a carga de trabalho;
- O auxiliar não compreende a delegação;
- O líder não sabe o que quer;
- O auxiliar não consegue ver o quadro geral que lhe motivaria a aceitar mais trabalho;
- O auxiliar quer que seu líder fracasse.
Não podemos fazer tudo sozinhos! Não devemos fazer tudo sozinhos! Precisamos compreender que a definição das responsabilidades é elemento essencial da delegação. A delegação deve definir claramente a tarefa a ser delegada para determinada posição ou ministério, antes de escolher a pessoa que vai realizá-la.
O superior deve garantir a compreensão e aceitação do auxiliar a respeito do resultado esperado e dos parâmetros de desempenho para se garantir tal resultado. Isso não significa que ele concorde com todos os detalhes, mas que ele saiba o que deve ser feito e como deve ser feito. Além disso, precisamos aprender a conceder autoridade.
Conceder autoridade é “dar poderes a outra pessoa para agir pelo gerente. É uma transmissão de direitos formais para que a pessoa atue em nome de outra” (Stephen Robbins). O seu auxiliar pode, de maneira legítima, exercer tais direitos e poderes ao realizar a tarefa delegada a ele.
Finalmente devemos estabelecer a prestação de contas. Ele deve prestar contas acerca da realização das suas tarefas para quem lhe delegou tal responsabilidade. Diz respeito à obrigação do auxiliar de realizar a sua responsabilidade compreendida e aceita dentro dos limites da sua autoridade.
A conscientização e correta aplicação da arte da delegação poderá ajudar você, meu amigo líder, a compartilhar sua carga ministerial, bem como sentir-se mais saudável física, emocional e espiritualmente. Experimente!


rv//rci//2012

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